Dança: CDL despejada do Palácio dos Marqueses de Tancos

A PM entrou no Palácio cerca das 08:00 de hoje, em cumprimento de uma ordem do executivo camarário, disse à Agência Lusa o sub-intendente André Gomes, comandante daquela força de segurança.
Segundo o comandante da PM, existia «perigo iminente de uma catástrofe», dado o mau estado em que se encontravam as instalações à guarda da CDL, companhia fundada em 1984 por José Manuel Oliveira.
Várias botijas de gás, fritadeiras eléctricas, uma delas em funcionamento, cabos eléctricos descarnados, ligações eléctricas precárias, foram algumas das situações encontradas pela polícia que levaram a pedir a intervenção dos bombeiros.
O director da companhia, José Manuel Oliveira, encontra-se detido por ter agredido uma agente policial e será hoje presente ao Ministério Público, disse fonte policial.
O espaço ocupado pela CDL no Palácio dos Marqueses de Tancos, edifício do século XVI que sobreviveu ao terramoto de 1755, servia também para habitação de sete bailarinos e um guarda, que foram igualmente desalojados.
Três dos bailarinos, de nacionalidade mexicana, irão pedir apoio à embaixada do seu país, assim como os dois bailarinos belgas. Uma bailarina luso-canadiana tem família em Lisboa que a irá acolher.
O palácio evidencia graves danos patrimoniais, nomeadamente azulejos quebrados, tectos abertos, escadas e soalhos degradados e em risco de abatimento.
No local, o director municipal da Cultura, Rui Pereira, afirmou que a Câmara de Lisboa não tinha qualquer conhecimento «do deplorável estado de conservação do palácio, porque desde há dez anos o director da companhia não deixava entrar nenhum funcionário camarário, tendo inclusive mudado as fechaduras do portão».
Para retirar todo o espólio da CDL foram utilizados três camiões de quatro toneladas cada e ainda algumas carrinhas de caixa alta da polícia municipal.