Piscinas degradadas, balneários em más condições e instalações constantemente vandalizadas. É este o cenário desolador nas piscinas municipais do Areeiro, do Campo Grande e do complexo Desportivo dos Olivais, que a Câmara Municipal de Lisboa vai encerrar no dia 1 de Setembro. Nesse mesmo dia, serão inaugurados três outros equipamentos no Casal Vistoso, em Campo de Ourique e em Sete Rios, resultantes do processo de requalificação do parque desportivo da capital, iniciado pela autarquia durante o mandato de Santana Lopes.
"É muito triste um espaço desta dimensão, com três piscinas, sala de judo, campo de ténis e ginásio, estar tão subaproveitado. Este equipamento representa muito para a população desta zona. Dantes decorriam cá provas internacionais de natação e havia sempre muitos utentes. Agora a degradação está à vista e a afluência de pessoas tem sido muito menor", lamenta Paulo Pereira, administrativo da piscina municipal dos Olivais. O complexo desportivo é a imagem eloquente do abandono: em funcionamento está apenas a piscina coberta de 25 metros. A olímpica e a de saltos estão há anos encerradas. O WC já praticamente não tem porta e nos balneários os vidros das janelas estão partidos, há problemas nas canalizações e o tecto tem o estuque a cair. Alfredo José, utente,queixa-se da falta de água quente no Inverno e da ausência de condições nos balneários. "É uma pena que se tenha deixado chegar a este ponto, quando podiam ter sido feitas obras ao longo do tempo", desabafa.
No Campo Grande, o que mais salta à vista no espaço da piscina são as manchas (não são de sujidade) no fundo e o piso degradado. Não há seguranças todo o ano, o espaço é várias vezes alvo de assaltos e vandalismo e os utentes queixam-se dos balneários em mau estado e da água fria. Os mais velhos, no entanto, continuam a frequentar a piscina, pela relação afectiva que já têm com o espaço. "Quando me disseram que vai fechar, deu-me vontade de chorar, não sei para onde vou agora", conta emocionada Beatriz Carvalho, funcionária de limpeza. " Já conheço as pessoas daqui e apesar de admitir a falta de condições não queria que encerrasse", acrescenta, desolada.Contactado pelo DN, Pedro Feist, vereador do Desporto e das Obras Municipais, assegura que "está a ser feita uma planificação cuidada do que irá ser feito naqueles espaços" e que os funcionários das piscinas que vão encerrar vão passar a trabalhar nas novas. "Está prevista a construção de raiz de novos equipamentos nas três piscinas, o que implicará um elevado investimento.
A dos Olivais será a 'praia' do Oriente, a do Campo Grande terá uma piscina nova de qualidade e a do Areeiro, na qual se coloca a hipótese de exploração por privados, terá, além de uma piscina, um parque de estacionamento subterrâneo e um health club", remata. A autarquia já informou os utentes que poderão passar a frequentar as novas piscinas a inaugurar ou então as já existentes no Oriente, no Restelo, em Vale Fundão, na Ameixoeira e na Penha de França.
in DN