terça-feira, agosto 22, 2006

CML encerra piscinas do Areeiro, Olivais e Campo Grande

Piscinas degradadas, balneários em más condições e instalações constantemente vandalizadas. É este o cenário desolador nas piscinas municipais do Areeiro, do Campo Grande e do complexo Desportivo dos Olivais, que a Câmara Municipal de Lisboa vai encerrar no dia 1 de Setembro. Nesse mesmo dia, serão inaugurados três outros equipamentos no Casal Vistoso, em Campo de Ourique e em Sete Rios, resultantes do processo de requalificação do parque desportivo da capital, iniciado pela autarquia durante o mandato de Santana Lopes.
"É muito triste um espaço desta dimensão, com três piscinas, sala de judo, campo de ténis e ginásio, estar tão subaproveitado. Este equipamento representa muito para a população desta zona. Dantes decorriam cá provas internacionais de natação e havia sempre muitos utentes. Agora a degradação está à vista e a afluência de pessoas tem sido muito menor", lamenta Paulo Pereira, administrativo da piscina municipal dos Olivais. O complexo desportivo é a imagem eloquente do abandono: em funcionamento está apenas a piscina coberta de 25 metros. A olímpica e a de saltos estão há anos encerradas. O WC já praticamente não tem porta e nos balneários os vidros das janelas estão partidos, há problemas nas canalizações e o tecto tem o estuque a cair. Alfredo José, utente,queixa-se da falta de água quente no Inverno e da ausência de condições nos balneários. "É uma pena que se tenha deixado chegar a este ponto, quando podiam ter sido feitas obras ao longo do tempo", desabafa.
No Campo Grande, o que mais salta à vista no espaço da piscina são as manchas (não são de sujidade) no fundo e o piso degradado. Não há seguranças todo o ano, o espaço é várias vezes alvo de assaltos e vandalismo e os utentes queixam-se dos balneários em mau estado e da água fria. Os mais velhos, no entanto, continuam a frequentar a piscina, pela relação afectiva que já têm com o espaço. "Quando me disseram que vai fechar, deu-me vontade de chorar, não sei para onde vou agora", conta emocionada Beatriz Carvalho, funcionária de limpeza. " Já conheço as pessoas daqui e apesar de admitir a falta de condições não queria que encerrasse", acrescenta, desolada.Contactado pelo DN, Pedro Feist, vereador do Desporto e das Obras Municipais, assegura que "está a ser feita uma planificação cuidada do que irá ser feito naqueles espaços" e que os funcionários das piscinas que vão encerrar vão passar a trabalhar nas novas. "Está prevista a construção de raiz de novos equipamentos nas três piscinas, o que implicará um elevado investimento.
A dos Olivais será a 'praia' do Oriente, a do Campo Grande terá uma piscina nova de qualidade e a do Areeiro, na qual se coloca a hipótese de exploração por privados, terá, além de uma piscina, um parque de estacionamento subterrâneo e um health club", remata. A autarquia já informou os utentes que poderão passar a frequentar as novas piscinas a inaugurar ou então as já existentes no Oriente, no Restelo, em Vale Fundão, na Ameixoeira e na Penha de França.

in DN

1 Comentários:

em 6:30 da tarde, Blogger Xikilim disse...

Parece-me que as justificações para o complexo das piscinas dos olivais encerrar é um tanto ABSURDA! ao parecer de qualquer frequentador do mesmo.É verdade que a piscina exterior, olímpica, precisava de obras significativas, a já a vários anos...desde que inauguraram a piscina interior encerraram a exterior e propositadamente a deixaram ao abandono. Mas o resto do complexo está em estado razoável, piscina interior, pavilhão, campos de ténis e de futebol. Porque não é só piscinas mas todo um conjunto de instalações publicas que só ali existem em todo o município dos Olivais. A única coisa que e necessária e uma disciplina de obras de MANUTENÇÃO PERMANENTE em todo o complexo! Obras de manutenção infelizmente e algo que não existe em Lisboa nos edifícios e também em espaços públicos… Existem sim reparações, aquando algo grave põe o funcionamento das instalações em risco!
A principal causa para o encerramento do complexo das piscinas dos olivais é única e exclusivamente, dinheiro, o terreno tem uma área enorme e de bastante valor pela sua localização estratégica e o senhor presidente da câmara vai vender os terrenos para construção...e não digo mais que isto, deixo a imaginação... o município dos olivais e dos maiores de Lisboa e com maior população, um complexo desta dimensão PÚBLICO (porque os ginásios privados não são acessíveis a totalidade dos moradores dos olivais por razoes financeiras) é imprescindível para corresponder as necessidades desportivas de qualquer morador, para o bem da saúde, para apoiar as escolas próximas, que careciam de espaços para praticar desporto, como ate então tinha vindo a fazer.
A piscina dos olivais deve ser considerada património arquitectónico-urbanístico histórico. Inaugurada na década de sessenta, projecto de grandes arquitectos da época Aníbal barros da Fonseca e Eduardo Paiva, que ficaram conhecidos também pelo projecto do teatro Maria Matos, Cinema Vox e Hotel Lutécio. Foi a primeira que existiu em Lisboa com características Olímpicas e na qual foram batidos 12 recordes nacionais e por onde grandes atléticas internacionais passaram.
As alternativas que a câmara de Lisboa arranjou são ridículas, criar um protótipo de projecto igual para locais diferentes, a nível de arquitectura é impensável. Bem como os locais escolhidos, que são de uma péssima localização e de qualidade de espaços. O da gare do oriente por exemplo as vidraças têm vista para linha do comboio. Seria preferível não ter vista nenhuma ou mudar a orientação das vidraças evitando assim a visibilidade de um ambiente mau dentro da piscina, aqui têm um dos muitos exemplos que justifica o porque de nunca se poder projectar um edifício sem qualquer estudo sobre o local em que vai ser construído, e a escolha de um protótipo ser impensável. Em vez de aproveitarem a proximidade do rio Tejo e escolherem um local mais salubre próximo ou com vistas para o rio, proporcionando uma harmonia do elemento água e fazendo a relação piscina-rio. Outro problema grave e das dimensões reduzidas, as piscinas estão sempre super cheias e não chegam para toda a população. E a construção ser de uma qualidade de materiais péssimos e a julgar pela disciplina da manutenção de que Lisboa tem reputação no presente o mais certo e estes edifícios não durem mais que uma década.
E mais uma vez MILHARES DE EUROS, citação que esta na moda em Portugal, MILHARES DE EUROS, deitados a rua em parte, outra parte para pagar aos pensadores e construtores do mau projecto, para um prototipo arquitectónico mau de mais de uma dezena de piscinas iguais, com maus materiais de construção, de durabilidade duvidosa, terrenos situados em locais maus e baratos, que não corresponde as necessidades dos cidadãos, nem temporariamente, nem a longo prazo.

 

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