quarta-feira, junho 04, 2008

Radares: Comissão recomenda sistema no Eixo Norte-Sul

A comissão que está a avaliar o funcionamento dos radares de controlo de velocidade em Lisboa considera que o sistema, em vigor há quase um ano, teve um «efeito positivo», e defende a colocação de novos aparelhos, nomeadamente no Eixo Norte-Sul.
Na proposta de redacção final da Comissão de Avaliação do Sistema de Controlo de Velocidade e Vigilância do Tráfego de Lisboa, a que a agência Lusa teve acesso, é defendida a instalação de radares no Eixo Norte-Sul para «incentivar os condutores a circular a velocidades mais uniformes».
No âmbito do projecto da Rede Nacional de Radares, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) «deverá ponderar a instalação de novos radares que nas vias nacionais que atravessam a cidade, bem como nos grandes eixos urbanos, nomeadamente Segunda Circular, Eixo Norte-Sul e Avenida Infante D. Henrique, já identificados para localização de radares».
Para a Segunda Circular, a comissão recomenda a instalação de «mais dois radares sequenciais» no sentido Oeste-Este, junto ao novo terminal do aeroporto da Portela e ao Centro Comercial Colombo.
É ainda sugerida a deslocação, no sentido contrário, para jusante do radar instalado à entrada da auto-estrada 1 (A1), «protegendo o nó de acesso ao aeroporto».
Nesta via, «os indicadores sequenciais de velocidade contribuem fortemente para a redução das velocidades excessivas e incentivam os condutores a circular a velocidades mais uniformes».
Na Avenida Infante D. Henrique, uma artéria «radial de penetração com grandes volumes de tráfego» e zonas com paragens de transportes públicos e travessia pedonal, «é imperativo a introdução de medidas de acalmia de tráfego», sendo proposta a «implementação a curto-prazo de mais um radar em cada sentido» na zona de Santa Apolónia.
Para a mesma avenida, «tendo em conta a sua secção e comprimento», deverá «equacionar-se a instalação de mais radares noutras secções de forma a funcionarem como controladores sequenciais para moderar e uniformizar as velocidades ao longo do seu troço mais urbano».
A comissão propõe a retirada de radares em alguns locais e sua colocação «noutros locais da cidade mais de acordo com os critérios estabelecidos»: Avenida de Ceuta, depois das obras que pretendem contribuir para a redução de velocidade, como uma rotunda; na Radial de Benfica, o radar instalado junto à passagem superior de peões da Cruz da Pedra, e na Avenida Marechal Spínola, «com volumes de tráfego bem longe da sua capacidade de projecto».
Pelo contrário, é proposta a colocação destes aparelhos em novos locais: Avenida Gulbenkian, no sentido descendente, dadas as «características geométricas» da via que «induzem ao excesso de velocidade», tornando-a «numa das vias mais perigosas da cidade»; na Avenida Alfredo Bensaúde, igualmente no sentido descendente, dada a frequência de «demonstrações de “tunning”, com problemas de segurança».
Para o Túnel do Marquês de Pombal, onde foram identificadas quase um quarto (23 por cento) das infracções registadas no ano passado, é proposta a aplicação de bandas sonoras e a melhoria da sinalização informativa alertando para a velocidade excessiva.
Para a Avenida da Índia é sugerida a rotação do radar para controlo do tráfego que circula em direcção ao centro da cidade, sendo uma artéria «com grandes volumes de tráfego, com troços viários a integrar numa política global de acalmia».
O documento, que poderá ainda sofrer alterações, nomeadamente com os contributos de membros deste órgão, recomenda a realização de um protocolo entre a Câmara de Lisboa e a ANSR para que sejam «acompanhadas e estudadas as causas de sinistralidade na cidade».
A comissão conclui que «a instalação dos radares teve um efeito positivo» - apesar de existirem «aspectos relativos à sua eficácia susceptíveis de serem melhorados» - e que estes «funcionaram como medida de acalmia do tráfego e contribuíram para uma diminuição da variabilidade da velocidade entre os veículos».
O documento ressalva que os dados estatísticos recolhidos no ano passado «correspondem ainda a um período muito curto para uma avaliação definitiva das melhorias nos índices de sinistralidade - principalmente no que diz respeito a ocorrências mais invulgares onde acontecem fatalidades ou feridos graves».
O combate à sinistralidade deverá passar, acrescenta a comissão, por uma «comunicação pedagógica» sobre consequências da velocidade em zonas urbanas principalmente na segurança de peões e relação da velocidade do impacto com a gravidade dos acidentes, entre outros, e ainda pelo «correcto dimensionamento» das vias, cabendo à Câmara de Lisboa «exigir a apresentação de planos de segurança rodoviária e de sinalização a todos os projectos que contemplem novas vias».
Coordenada pelo vereador da Mobilidade, Marcos Perestrello (PS), a comissão integra o director municipal de Segurança e Tráfego, Fernando Moutinho, o comandante da Polícia Municipal, André Gomes, o subcomissário Gancho da Divisão de Trânsito da PSP, o presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, Paulo Marques Augusto, o presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), Carlos Barbosa, Maranha das Neves em representação do Centro Rodoviário Português, Fernando Penim Redondo, autor de uma petição que defende o aumento da velocidade máxima de 50 para 80 quilómetros/hora em troços tipo "via rápida" e a Associação Nacional de Cidadãos-Automobilizados (ACA-M).
Os 21 radares instalados em Lisboa registaram no primeiro trimestre deste ano menos 67.844 excessos de velocidade, ou seja menos de metade dos registos dos últimos três meses de 2007 (120.696), revelou à Lusa a Polícia Municipal (PM).
Os radares fotografaram, durante os meses de Janeiro a Março, 52.852 infracções de excesso de velocidade, contra 120.696 de Outubro a Dezembro de 2007 e 141.032 de Julho a Setembro do ano passado.
Em termos gerais, os 21 aparelhos de radar instalados em Lisboa registaram aproximadamente menos 63 por cento de infracções ao Código da Estrada, nos primeiros três meses de 2008, em comparação com os meses de Julho a Setembro de 2007.
O túnel do Marquês registou nos últimos nove meses de funcionamento um total de 66.055 excessos de velocidade, sendo o mês de Agosto de 2007 o que verificou 17.035 infractores, contra 414 casos acima dos 50 quilómetros por hora, em Março de 2008.
Os 21 radares da capital começaram a funcionar a 16 de Julho do ano passado e a comissão reuniu-se a 01 de Outubro depois de a petição promovida por Penim Redondo ter exigido a reformulação do sistema.
Os radares estão instalados nas Avenidas das Descobertas, da Índia, Cidade do Porto, Brasília, de Ceuta, Infante D. Henrique, Estados Unidos da América, Marechal Gomes da Costa e Gago Coutinho e nos Túneis do Campo Grande, do Marquês de Pombal e da Avenida João XXI - onde o limite de velocidade é de 50 quilómetros/hora - e ainda na Radial de Benfica, na Segunda Circular e no prolongamento da Estados Unidos da América, onde a velocidade máxima permitida é de 80 km/h.
in Lusa

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