segunda-feira, janeiro 14, 2008

EPUL mantém jovens na incógnita a 15 dias da data de entrega de casas

A duas semanas do prazo em que devia iniciar a entrega de casas para jovens em Entrecampos, a Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL) mantém os compradores na incógnita, sem assumir os atrasos na obra nem explicar quando ficarão prontos a habitar os 300 apartamentos. Um dos clientes da empresa, um advogado de 32 anos, põe a hipótese de avançar para tribunal, sozinho ou em conjunto com outros jovens que se sintam prejudicados.
Estes não são os primeiros clientes da EPUL Jovem a reclamar - até hoje não houve uma única casa do programa entregue no prazo - e também não serão os últimos: ao lado dos primeiros 300 apartamentos, que parecem estar prontos, mas aos quais faltava há meses a ligação aos ramais de água, luz e gás, irá crescer um empreendimento igualzinho, cujas fundações deviam já estar prontas, mas cuja obra nem sequer arrancou.
O atraso da primeira empreitada prende-se, aliás, com a demora no arranque da segunda, uma vez que seria durante esta última que seriam feitas as infra-estruturas comuns a todas as construções. Em vez de fundações, o que existe ao lado dos primeiros prédios é um terreno escavado, revolvido e empapado pela chuva, que nalguns pontos já alagou - com todos os riscos de afogamento infantil inerentes à situação.
Apesar de a obra se encontrar vedada, não é impossível a uma criança ultrapassar as barreiras para ir brincar na lama. No local não há operários, uma vez que os trabalhos estão parados. Os vereadores comunistas fizeram um requerimento à Câmara de Lisboa para saber quais os atrasos dos vários empreendimentos que a EPUL tem em curso, os motivos do sucedido e o valor dos adiantamentos financeiros feitos pelos compradores à empresa. Receberam uma não-resposta há um mês: a empresa informou-os de que, daqui por diante, deixará de vender os apartamentos "no papel", só procedendo à sua alienação quando a respectiva obra estiver pronta e licenciada.
Uma prática que poderá vir a encarecer as casas, que são vendidas a custos controlados, mas evitará que os jovens fiquem anos à espera de ir morar para casas que já estão a pagar ao banco, através dos habituais empréstimos. O PCP acusa a EPUL de "irresponsabilidade sistemática" e mostra-se preocupado com a clarificação da sua vocação. Há um ano que a sua reestruturação está em cima da mesa, tendo sido gastos 110 mil euros num estudo encomendado a uma consultora, sem que até hoje nada tivesse acontecido. A câmara promete tomar decisões até ao fim do mês, tendo sido agendada uma reunião para esta semana.
À empresa que trata da comercialização das casas da EPUL, a sua subsidiária Imohífen, têm chegado situações dramáticas de jovens, geradas pelos atrasos na entrega das casas. Os funcionários são confrontados com a irritação de muitos deles, por não terem respostas para lhes dar. O PÚBLICO também não conseguiu ontem esclarecimentos da parte da empresa.
in Público

1 Comentários:

em 12:13 da tarde, Blogger Methos disse...

A inoperância desta pseudo empresa roça os limites do absurdo, não apenas no caso relatado-Praça de Entrecampos mas como em todos os processos, passados presentes e seguramente futuros, de construção/reabilitação em que se encontra envolvida. Adicionalmente os escândalos "gritantes" em redor da EPUL (remunerações indevidas, Acessorias,etc)têm contribuído para o descrédito desta instituição junto do público em geral e, principalmente, junto dos 300 jovens que adquiriram os apartamentos à EPUL que, a julgar pelos atrasos, quando receberem os referidos apartamentos já deverão estar numa outra lista de espera, desta vez para receber um quarto num qualquer lar de 3ª idade...posto este desabafo só tenho duas perguntas:
1-Quem vai pagar os juros ao banco decorrentes deste atraso, que não se deve seguramente aos "proeminentes" compradores como pomposamente é referido em todos os documentos????
2-Qual o contacto do advogado referido para que pelo menos juntos possamos avançar para tribunal...como é que era aquele adágio popular sobre a "União fazer a força"?

 

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