terça-feira, abril 17, 2007

Reunião aprova contas da câmara e lança polémica sobre a Gebalis

A reunião extraordinária de ontem da Câmara Municipal de Lisboa viveu mais um "episódio insólito", como foi qualificado pelo vereador José é Sá Fernandes (BE), quando o vereador Sérgio Lipari Pinto abando- nou a sessão antes de votar o relatório de contas da empresa municipal Gebalis, que está sob a sua tutela. Na reunião foram ainda aprovadas, à justa, as contas da própria autarquia, referentes ao último ano. A proposta da nulidade das nomeações para a administração da EPUL foi aprovada, apenas com os votos contra do PSD.
A oposição de esquerda votou em bloco contra as contas do executivo de Carmona Rodrigues, mas Maria José Nogueira Pinto absteve-se. O Relatório de Gestão de 2006 acabaria por ser aprovado graças ao voto de qualidade do presidente da autarquia. No centro do debate terá estado o grau de execução atingido, com a oposição a considerar que este ficou abaixo dos 30%, sendo "elevado" para os 66% graças à permuta de terrenos do Parque Mayer, sendo que o passivo terá crescido 61 milhões de euros no último ano. Em comunicado, o PCP acusa mesmo o PSD de ter "a mais baixa taxa de execução do poder local desde o 25 de Abril".
Quanto ao projecto para os terrenos do Sporting, a proposta acabou por ser adiada .
A questão em torno na Gebalis acabou criar o momento mais quente de uma reunião extraordinária e que se prolongou noite dentro. No entanto, segundo fontes camarárias, a saída do vereador, que tem os pelouros da Habitação Social e da Acção Social, foi previamente acordada entre Lipari Pinto e Carmona Rodrigues. O presidente da câmara pediu para que o relatório da empresa que gere os bairros municipais de Lisboa passasse para o último ponto da ordem de trabalhos, pedindo para que Lipari Pinto permanecesse no debate sobre o documento.
A abrir a questão Gebalis, o vereador efectuou uma declaração que lançou a polémica na sala de reuniões, acabando a sessão por ser interrompida. Lipari Pinto afirmou que "onde antes havia prejuízos acumulados de 5,9 milhões de euros, agora temos prejuízos que ascendem a 10,9 milhões de euros. Onde antes havia uma dívida a bancos de 15 milhões de euros, agora temos uma dívida que totaliza 24,4 milhões de euros" e que "em Março de 2007 já ascende a 27 milhões de euros". Segundo o responsável municipal pela empresa, o passivo da Gebalis ultrapassou os 45 milhões de euros em 2006.
Lipari Pinto aproveitou uma vez mais para sublinhar que são estas "as razões que fundamentam a total ausência de confiança técnica, funcional e institucional na Administração da Gebalis". O vereador social-democrata pede mesmo "a exoneração da administração da Gebalis".
A administração da empresa é liderada por Francisco Ribeiro, que foi nomeado pela vereadora Maria José Nogueira Pinto (CDS/PP), quando esta assumiu o pelouro da Habitação Social, durante a coligação que manteve com Carmona Rodrigues. A coligação de direita terminou em Novembro de 2006, mas antes a vereadora popular lançou uma operação de titularização, face à situação que diz ter encontrado. Com o fim da coligação, Carmona Rodrigues passou a pasta para Lipari Pinto, que criou uma comissão de avaliação à empresa municipal, cujo relatório final foi bastante polémico. O presidente da CML pediu uma nova auditoria aos serviços internos da câmara para ouvir as últimas três administrações.
in Jornal de Notícias

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