quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Eixo Norte-Sul 'sob vigilância'

"Se não tivesse o separador central, o Eixo Norte-Sul seria das estradas mais mortais do País." Quem o diz é o presidente do Observatório de Segurança das Estradas e Cidades (OSEC), Nuno Salpico, que ontem entregou uma queixa-crime na Procuradoria-Geral da República, apontando as deficiências deste traçado lisboeta, onde se registam 300 acidentes por ano.
"Estes são os dados da PSP, mas eu não tenho dúvidas de que os números da sinistralidade aqui são muito superiores", sublinha ao DN Nuno Salpico, sustentando a sua tese: "Num filme de apenas 20 minutos, que entregámos com a queixa-crime, estão registados cinco despistes, entre o Viaduto Duarte Pacheco e o Aqueduto das Águas Livres. Logo, não me parece que os números oficiais correspondam à realidade."
O presidente do OSEC diz estarem por contabilizar as chamadas "cifras negras". Ou seja; os acidentes onde não se verificam feridos e a PSP não é chamada. "Há acidentes em que só comparece o reboque, por isso os dados da PSP não são representativos", sustenta Nuno Salpico. E alerta: "Se não fosse o separador central haveria mais colisões, que resultariam em mortes."
A queixa-crime ontem apresentada tem por base um conjunto de reclamações que constam de um estudo de 2005 que identificam alguns traçados perigosos, nomeadamente com curvas, que, segundo o OSEC, violam as regras de segurança. Dessas vias constam o Eixo Norte-Sul, a A8 (Lisboa/Leiria) e o Itinerário Principal 4 (Porto/Bragança).
O Observatório tinha previsto entregar também uma queixa-crime relativa ao traçado da Auto-Estrada do Oeste (A8), mas, segundo Nuno Salpico, não foi possível por "ser necessário confirmar os valores de algumas curvas". Já o mesmo não aconteceu em relação ao Eixo Norte-Sul, que foi passado "a pente fino". "Analisámos todas as curvas do traçado e há muitas correcções a fazer para as quais já alertámos em 2005", explica o presidente desta organização não governamental.
No Eixo Norte-Sul, a velocidade média permitida é de 80 km/hora. "Para circular em segurança, as curvas teriam de ter um raio de 450 metros. Têm 143, 145, 150, 160 ou 180, o que origina acidentes que podiam ser evitados." Este é só um dos exemplos apontados pelo OSEC, que na queixa-crime solicita a revisão de traçados e correcção de curvas.
in DN por Isaltina Padrão

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