segunda-feira, janeiro 22, 2007

Bairro de Campolide invadido por ratos e cobras

Ervas altas, entulho, barracões abandonados e casas devolutas em ruína, algumas ocupadas por toxicodependentes e outras entregues aos ratos e cobras, caracterizam o Tarujo, um bairro de Lisboa que os moradores lamentam ter sido "esquecido" pela autarquia.
Muitos moradores que ali viviam saíram do Tarujo há seis anos, no âmbito do Plano Especial de Realojamento (PER), restando apenas no bairro, que fica paredes meias com a estação de comboios de Campolide, cerca de 50 famílias que vivem em casas exíguas, degradadas e sem saneamento básico. Há até um pátio que apenas tem uma sanita na rua, partilhada por todos os inquilinos.
Os moradores sentem-se "abandonados" e "esquecidos" quer pelos senhorios, que não fazem obras nas casas, quer pela autarquia, que, alegam, lhes prometeu uma solução de realojamento. Fonte do gabinete da vereadora do Urbanismo, Gabriela Seara, adiantou que o Plano Director Municipal (PDM) prevê para aquela zona a elaboração de um plano de pormenor e acrescentou que "é esse caminho" que a autarquia vai seguir para requalificar a zona.
Para acelerar a reabilitação da zona, a câmara está a ultimar o pedido de declaração de área crítica de recuperação e reconversão urbanística que deverá ser entregue para a semana ao Governo.
Nascido no Tarujo há 40 anos, Henrique Fradão tem assistido com tristeza à degradação do bairro, do qual tem "recordações maravilhosas". "É muito triste. Está tudo a cair, qualquer dia acontece uma desgraça", diz o morador, lembrando que há sempre muitas crianças a brincar nas ruas do bairro, onde o perigo espreita em cada esquina.
A trabalhar numa serração do bairro há mais de 20 anos, José Bastos falou do receio de viver num bairro onde toxicodependentes fazem dos escombros casa, pondo em risco as habitações ao fazerem fogueiras para se aquecer, que já provocaram pequenos incêndios. Aliás, a serração é mesmo um dos maiores medos dos moradores devido aos materiais inflamáveis que armazena, como vernizes e tintas que podem constituir um perigo em caso de incêndio.
Mário Moura, tal como os vizinhos, vive numa casa arrendada e paga uma renda baixa, por isso entende que os habitantes "não podem exigir muito" ao senhorio.

in DN

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