sábado, novembro 11, 2006

Jovens com incentivos para regressar à Baixa

Os jovens vão ter incentivos para poderem alugar uma casa na Baixa de Lisboa, no âmbito do Plano de Revitalização para aquela zona, apresentado, recentemente, por Maria José Nogueira Pinto.
A Câmara de Lisboa em conjunto com o Instituto Nacional de Habitação vai criar uma «bolsa de habitação», evitando, desta forma, que os preços das casas disparem devido à especulação imobiliária, depois de concluída a revitalização do centro da capital.
Com as «rendas protegidas», a vereadora da Habitação espera conseguir trazer para Lisboa os jovens de classe média, que irão ajudar a repovoar aquela zona nobre da cidade.
As rendas não deverão ultrapassar um terço do rendimento do agregado familiar, mas para que isso possível as habitações «não podem ficar entregues ao mercado imobiliário, porque então nunca acontecerá», sustenta Maria José Nogueira Pinto.
«O objectivo é não permitir que a revitalização mantenha um estado de segregação geracional e um estado de segregação sócio-economica, e isso consegue-se com uma política de pública de habitação, constituindo uma quota em que não entra no mercado», refere ao PortugalDiário a vereadora do CDS-PP
«Se na Baixa não conseguirmos fazer coexistir, como sempre foi tradição, diversos estratos populacionais - pessoas mais idosas, de meia idade e jovens - e pessoas de diferentes estratos sócio-económicos, não teremos uma revitalização, teremos uma aparente revitalização», concretiza Nogueira Pinto.
E o exemplo, do que a Câmara não quer fazer, está mesmo ali ao lado: no Chiado.
«O preço que o metro quadro atingiu ali faz com que muitas das casas estejam desocupadas e, neste momento, o número de pessoas que vive ali é muito exíguo, porque as pessoas não têm possibilidade de comprar ou arrendar casa naquele sítio», explica.

Idosos ficam

Repovoar a Baixa lisboeta com uma «mistura positiva de população muito diversificada», é um dos objectivos do plano de revitalização. Isto, porque, actualmente, vivem na zona apenas cinco mil pessoas. Quando tudo estiver concluído, Nogueira Pinto quer cerca de 17 mil pessoas a morar na Baixa.
No entanto, o «processo não pode ignorar os que já lá estão» que, na sua «grande maioria», são idosos a «viver em péssimas condições».
Para inverter a situação, a Câmara vai criar uma rede social que vai dar apoio aos mais carenciados e serão construídas residências assistidas. Tratam-se de apartamentos T0 e T1, onde os idosos poderão habitar e ter acesso a apoio domiciliário: alimentação, tratamento de roupa e higiene pessoal.
«Ninguém é obrigado a ir para as residências assistidas», assegura, no entanto, Maria José Nogueira Pinto, recordando que esta é uma solução bem sucedida em várias cidades europeias .
A rede social que será criada irá ainda ajudar a «encaminhar» os imigrantes ilegais, os sem abrigo e tóxicodependentes que vivem nas ruas da Baixa.
«Não é uma operação de limpeza para não incomodar, é encarar o problema que está na rua e tentar tratá-lo com todos os procedimentos correctos de qualquer cidade civilizada e europeia», justifica a vereadora.
Nogueira Pinto mostra-se ainda «confiante» na aprovação do plano revitalização por parte do Governo.

in Portugal Diário

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