quarta-feira, abril 19, 2006

Operação de combate à venda agressiva na Baixa lisboeta

São jovens, muitos deles ainda estudantes, que aproveitam o negócio para ganhar algum dinheiro extra. Concentram-se nas principais ruas da Baixa de Lisboa e tentam, recorrendo ao argumento de que é apenas uma sondagem ao público para o lançamento de um novo produto, vender diversos tipos de artigos e serviços. Quando o potencial comprador se recusa a ouvi-los, persistem, chegando, por vezes, a ser mal-educados e até agressivos.
Devido às muitas queixas já apresentadas contra estes jovens, a PSP de Lisboa, a Inspecção Tributária, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e a Agência para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) lançaram, ontem, uma operação para averiguar se o vínculo contratual destes jovens às empresas que comercializam os artigos e serviços está de acordo com a lei e se os próprios vendedores, muitos deles brasileiros, estão legais.
No âmbito desta operação, que decorreu durante três horas, foram fiscalizadas nove empresas, detido um homem (por injúria e resistência à Polícia), identificadas 83 pessoas e levantados diversos autos de contra-ordenação.Há muito que comerciantes e transeuntes se queixavam das abordagens agressivas dos jovens angariadores, algumas das quais terminavam em violência física. "Mesmo que a pessoa diga que não está interessada, eles são muito persistentes e, por vezes, agarram-na mesmo", contou, ao JN, uma comerciante da Rua Augusta que pediu o anonimato por questões de segurança. "Parecem autênticos abutres à espera de uma presa", acrescenta outra.
O fenómeno não é recente, mas dizem os empresários que se agravou de há um ano a esta parte. Tomou tais proporções que "algumas pessoas deixaram de aqui passar, só para não serem incomodadas", conta Benilde Silva, da loja Abilini, na Rua Augusta. E, claro, o negócio ressentiu-se. Por isso, os comerciantes são unânimes quando dizem que este tipo de abordagem "deveria ser de todo proibida".
A própria União de Associações do Comércio e Serviços (UACS) está preocupada com a situação, aplaudindo, por isso, este tipo de acção por parte das autoridades. Vasco de Mello, vice-presidente da UACS disse, ao JN, que a Agência Municipal da Baixa/Chiado está a analisar a situação.

JN

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