quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Câmara vai reabilitar os bairros sociais

A Câmara Municipal de Lisboa vai avançar com uma operação de grande envergadura na área da reabilitação de bairros de habitação social da cidade.
Nos bairros do Padre Cruz e da Boavista a autarquia deverá demolir todas as edificações de alvenaria que, embora habitadas, se encontram em mau estado de conservação. No primeiro, serão abrangidos por esta medida 917 fogos, no segundo, 510, num total de 1427 agregados."Condição comum e essencial a todas estas operações é o realojamento das pessoas no mesmo local. No caso dos bairros da Boavista e Padre Cruz, há área disponível suficiente para permutar com entidades de promoção urbanística que se encarregarão das construções para o realojamento. Em troca, estes ficam com terrenos para poderem construir e colocar no mercado em venda livre", explicou ao DN Gabriela Seara, vereadora com o pelouro do Urbanismo no município da capital.
A área de intervenção na Boavista será de 75,3 mil metros quadrados, no Bairro do Padre Cruz será de 105,540 mil metros quadrados.No âmbito destas operações de reabilitação deverão ainda ser construídos no Bairro da Boavista um jardim infantil, uma creche, um ATL e um centro geriátrico ou em alternativa um centro de dia e um centro de convívio. No caso do Bairro Padre Cruz, a câmara pretende construir duas creches, três ATL, um centro de convívio e um centro geriátrico. Para reabilitar ambos os bairros, a escolha da Câmara de Lisboa acabou por recair na EPUL, depois de ter negociado inicialmente com a Federação Nacional das Cooperativas de Habitação (Fenache).
De forma a empreender uma reabilitação em massa, impõe-se a pergunta onde colocar as pessoas enquanto decorre a obra? "No caso do Bairro da Boavista há um terreno municipal disponível para iniciar a construção de dois edifícios. Assim que ficarem prontos, as pessoas são realojadas, não havendo lugar a realojamento provisório. E assim sucederá, faseadamente, num sistema de cascata", descreve a vereadora. A EPUL, que é neste caso o promotor, mas que pode associar-se a outros parceiros, privados inclusive, só dará início à construção dos seus fogos para venda depois de todos os agregados estarem realojados. De acordo com a autarquia, o processo poderá avançar no início de Março.O modelo económico desta operação passa pelo esforço de arranque por parte da EPUL.
A reabilitação do Bairro da Liberdade integrada no mesmo tipo de operações revela-se, no entanto, de execução mais difícil devido às várias condicionantes físicas, a saber, a encosta (talude) e a proximidade do Aqueduto das Águas Livres. "Além disso são 1200 famílias para realojar numa zona onde não existem terrenos disponíveis para os realojamentos", explica Gabriela Seara, destacando ainda um facto que dificulta a operação. "Aqui as casas não são municipais. Todas elas resultam de construções ilegais e os terrenos são particulares."Dada a dificuldade, o modelo financeiro a adoptar está ainda em estudo. As estimativas apontam para um investimento na ordem dos 75 milhões de euros, contando com gastos em infra-estruturas, equipamentos, rede viária e expropriações. "É claro que isto não se faz em quatro anos, mas talvez em sete ou oito", conclui Gabriela Seara.
Notícia DN

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