quinta-feira, janeiro 05, 2006

CDS faz acordo com Carmona: Nogueira Pinto com Pelouro da Habitação Social, UCCLA e Baixa-Chiado


O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Carmona Rodrigues, anunciou hoje uma coligação com o CDS-PP, ficando as duas forças de direita com a maioria no executivo municipal.
Carmona Rodrigues afirmou hoje, em conferência de imprensa, nos Paços do Concelho, que o acordo surgiu «no seguimento de uma vontade de partilha de responsabilidades, de tarefas e de melhor governar a cidade».
Adiantou que o objectivo da coligação é ter "uma cidade com uma maior estabilidade de governação no executivo camarário".
Carmona Rodrigues esteve reunido quarta-feira à tarde com a vereadora do Partido Popular, Maria José Nogueira Pinto, e como o Metro avançou ontem, no decorrer desse encontro atribuiu-lhe o pelouro da Habitação Social e a tutela da GEBALIS - Gestão de Bairros Municipais de Lisboa, anteriormente da vereadora Gabriela Seara.
Maria José Nogueira Pinto irá ainda tutelar um comissariado que terá como missão articular e coordenar todos os serviços e entidades dependentes da autarquia que intervêm na zona da Baixa- Chiado, com o objectivo de estabelecer uma estratégia de intervenção.
A vereadora do CDS-PP irá também coadjuvar Carmona Rodrigues na redefinição do papel da câmara na União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA).
Carmona Rodrigues lembrou ter sempre afirmado que depois das eleições continuaria aberto a partilhar responsabilidades com todas as cores políticas que se revissem no essencial nas orientações programáticas do executivo.
"Estamos agora em condições, com satisfação, de fazer esse entendimento com a vereadora Maria José Nogueira Pinto", disse.
Questionado pelos jornalistas sobre o que falhou nas primeiras negociações com o CDS-PP com vista a uma coligação, Carmona Rodrigues afirmou que foi "uma questão de timing" e que não houve condições na altura, por falta de oportunidades, para estabelecer esse acordo.
Segundo o autarca, dois meses depois, "amadureceram-se ideias, conversas", estando agora criadas as condições para incentivar este entendimento.
Maria José Nogueira Pinto, por seu turno, lembrou que o CDS-PP sempre esteve disponível para assegurar a governabilidade na Câmara de Lisboa, mas só o poderia fazer num quadro de razoabilidade, que passa por uma posição digna para o partido e por uma área de intervenção consistente.
Isto para que o partido possa ser responsabilizado e avaliado nos próximos quatro anos.
A vereadora salientou que também se pode fazer um bom trabalho pela cidade na oposição.
Maria José Nogueira Pinto frisou que não encara a atribuição destes pelouros como "vitórias", mas confessou que são áreas que a entusiasmam.
Disse ainda que as conversas para chegarem a este entendimento foram muito recentes e muito rápidas.
No início de Novembro do ano passado, dias após a cerimónia de posse dos autarcas eleitos, as conversações entre Nogueira Pinto e Carmona Rodrigues para uma coligação falharam, tendo a vereadora ficado na oposição, que detém a maioria no executivo municipal.
Na altura, Nogueira Pinto afirmou que Carmona Rodrigues lhe dissera que não era "útil nem oportuno nem adequado fazer qualquer coligação com o CDS-PP", e considerou que o presidente do município tinha sido "manietado pelo partido".
O vice-presidente da Câmara, Carlos Fontão de Carvalho, negou então que tenha sido o PSD a inviabilizar uma coligação com o CDS-PP, e atribuiu a decisão a Carmona Rodrigues.
Das eleições autárquicas de 09 de Outubro resultou um executivo formado por oito eleitos do PSD, cinco vereadores socialistas, dois da CDU, um do Bloco de Esquerda e uma do CDS-PP.
Com a coligação agora anunciada, o presidente da Câmara passará a contar com uma maioria absoluta no executivo autárquico, apoiada por uma maioria absoluta social-democrata já existente na Assembleia Municipal.

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