Nogueira Pinto recusa coligação com Carmona para a CML
A vereadora eleita pelo CDS-PP para a Câmara de Lisboa, Maria José Nogueira Pinto, anunciou esta quinta-feira que ficará na oposição, sem pelouros, e responsabilizou o PSD pela impossibilidade de chegar a acordo.
Segundo a vereadora, o presidente da Câmara, Carmona Rodrigues, chamou-a quarta-feira ao seu gabinete a escassos minutos da sessão de Câmara para lhe dizer que não era «útil nem oportuno, nem adequado fazer qualquer coligação com o CDS-PP».
A autarca considerou que o PSD levou quinze dias para tomar uma decisão que poderia ter tomado em cinco e que Carmona Rodrigues foi «manietado pelo partido».
Nogueira Pinto advertiu ainda que não vai servir de álibi a uma eventual incapacidade dos sociais-democratas cumprirem as promessas que fizeram em campanha eleitoral.
«A nossa presença na Câmara não constitui um obstáculo para que o professor Carmona Rodrigues cumpra as 309 promessas que fez aos lisboetas», disse a vereadora democrata-cristã.
Maria José Nogueira Pinto afirmou que a ausência de um acordo não se deveu a nenhuma exigência do PSD que não pudesse ser satisfeita.
No dia em que assumiu o cargo de presidente da Câmara, na última sexta-feira, Carmona Rodrigues disse não estar «stressado» com o facto de ainda não existir acordo com o CDS-PP, lembrando que o anterior executivo também não tinha ainda feito coligação com Paulo Portas quando tomou posse.
Na mesma ocasião, Nogueira Pinto declarara que só aceitaria uma coligação com o PSD se houvesse «condições para assegurar a governabilidade no quadro de uma razoabilidade» e afirmara que apenas aceitaria pelouros que estivessem no âmbito das suas competências.
Recordando o processo negocial com o PSD, a vereadora afirmou hoje que tinha manifestado vontade de assumir a área da acção social e da habitação social e a tutela da Gebalis, admitindo mesmo que a administração daquela empresa municipal fosse nomeada pelo PSD.
Quanto ao futuro, Nogueira Pinto disse que fica na autarquia na oposição, sem pelouros, a tempo inteiro, e sem ordenado.
Afirmou que vai estar particularmente atenta às medidas do executivo camarário relativamente às pessoas com deficiência, à toxicodependência, aos comerciantes, à Autoridade Metropolitana de Transportes, problemas comuns aos programas do PSD e do CDS-PP.
A vereadora avisou que não vai estar ao lado «de nenhuma megalomania» e nesse quadro incluiu o projecto do Parque Mayer. «Se o Parque Mayer for novamente um desígnio deste executivo, não tem o nosso voto. Se a reabilitação urbana for um negócio imobiliário puro e duro para Lisboa não tem o nosso voto», declarou.
- Diário Digital / Lusa
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