sexta-feira, agosto 19, 2005

Acessibilidades e Transportes II

Maria José Nogueira Pinto apresentou ontem as propostas da sua candidatura à Câmara de Lisboa no capítulo da mobilidade e transportes avançando, por exemplo, com a ideia lançada em tempos por João Soares de se fazer o acesso ao castelo da cidade por elevador ou funiculares.

"Tem de se pensar nesta forma de acesso a esses bairros [que rodeiam o castelo], até porque há tradição disso em Lisboa", disse a candidata do CDS-PP — que, no entanto, salientou ter estado contra a solução de um único elevador proposta por João Soares, solução essa que suscitou uma enorme controvérsia na altura, não chegando a avançar.

A seu lado nesta conferência de imprensa — que decorreu num velho eléctrico estacionado no Museu da Carris, em Santo Amaro —, o numero dois da lista, Miguel Anacoreta Correia, acrescentou que o "não" do CDS-PP ao elevador de João Soares foi de "ordem técnica" e não em relação ao seu propósito de facilitar os acessos ao castelo. "Não queremos um elevador, queremos elevadores e funiculares", salientou.

Anacoreta Correia explicou também os projectos da candidatura do CDS-PP quanto à extensão do Metropolitano de Lisboa. Os populares defendem, por exemplo, que a Linha Vermelha do Metro (liga a Alameda à Gare do Oriente) se prolongue, a partir da Alameda, para São Sebastião e "para servir Campolide e Campo de Ourique". Na ponta oposta, a partir da Gare do Oriente, a Linha Vermelha deverá ser estendida, segundo a proposta da candidatura de Maria José Nogueira Pinto, para Moscavide, aeroporto, seguindo depois para o Campo Grande, onde faria a correspondência com as linhas Verde e Amarela.

Quanto à Linha Amarela (Rato-Odivelas), o CDS-PP quer que se prolongue, a partir do Rato, até Alcântara, fazendo aqui a ligação à Linha de Cascais e "servindo a Estrela e a Infante Santo". Para a Linha Azul (Chiado/Amadora Este), o CDS defende o prolongamento até à Reboleira, salientando que as "soluções de dissuasão de transporte individual [no centro de Lisboa] só são eficazes se forem oferecidas perto das origem das deslocações e não perto dos destinos".

Além destes vários prolongamentos da linha do Metro, a candidatura de Maria José Nogueira Pinto pretende também que no próximo mandato autárquico se inicie a construção de uma linha de metro ligeiro de superfície que ligue Algés a Loures, em "perfeita articulação" com as linhas convencionais do Metropolitano.

Municipaliza-se a Carris?

Maria José Nogueira Pinto admitiu ainda a hipótese de se vir a municipalizar a Carris. É uma matéria que, no seu entender, "não deve ser um dogma", embora não seja viável sem "uma grande reestruturação da Câmara Municipal de Lisboa".

Aposta, por outro lado, na questão do estacionamento, prometendo cinco mil a sete mil novos lugares para os residentes na cidade nos parques que já existem. Alem disto, quer a construção de novos parques nas entradas de Lisboa, onde os que trabalham na cidade mas vivem fora possam aí deixar os seus carros (65 por cento da população activa de Lisboa mora fora da capital).

O combate ao estacionamento ilegal na capital (inclusivamente de cargas e descargas) passará também, de acordo com o programa da candidatura do CDS-PP, pela videovigilância.

Outra componente do programa é a reestruturação da Autoridade Metropolitana de Transportes (AMT), "um flop", no dizer da candidata. Maria José Nogueira Pinto acha que a AMT "não pode ser uma holding das empresas públicas de transportes , devendo "a sua acção assentar, nesta fase inicial", na "progressiva tomada de responsabilidades na concessão e exploração dos transportes públicos".

"A Câmara Municipal de Lisboa deve ter um papel central neste processo e não ser relegada para um papel subsidiário, como actualmente se prevê, de forma inaceitável, que suceda", defende ainda a candidatura.

Outras propostas passam por dar "prioridade absoluta" à conclusão da Circular Regional Interna de Lisboa (CRIL) e do Eixo Norte-Sul e por fazer cumprir o protocolo que estabelece que em seis ou sete anos 80 por cento dos táxis passem a funcionar a gás.

- Público

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